Aeroporto no Campo de Tiro leva nega do Governo e Câmara de Benavente apela agora à sensibilidade dos deputados

23 Setembro 2020, 15:29 Não Por João Dinis

Começa a ser cada vez mais remota a possibilidade do novo aeroporto virar parar ao Campo de Tiro, na freguesia de Samora Correia, depois do Governo ter dado uma clara “nega” à proposta apresentada pela Câmara Municipal de Benavente, para que o Primeiro-ministro e o Ministro das Infraestruturas e Habitação visitarem o espaço, de modo a conhecerem todas as potencialidades e condições do mesmo para receber a infraestrutura.

De acordo com o Presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, o chefe de gabinete do ministro Pedro Nuno Santos, terá informado a autarquia que o Governo iria declinar o convite para visitar o local, por considerarem que a decisão sobre o novo aeroporto já estaria tomada.

Esta decisão não apanhou de surpresa o autarca, que nos referiu que “efectivamente aquilo que nós já sabíamos, a convicção do Governo, não só deste, mas também do anterior do PSD, de localizar o aeroporto no Montijo”, salientando ainda que “o convite que fizemos foi no sentido, obviamente se poder avaliar as condições que o Campo de Tiro apresenta, até nesta fase de Covid, onde estas questões não são tão prementes como o eram anteriormente”, pois esta altura deveria ser “um espaço que permitirá seguramente a reflexão e observar melhor as condições que são apresentadas, não só para o presente, como para o futuro, é essa a nossa expectativa, ao que parece as decisões estão muito bem encaminhadas e digamos que fundamentadas por parte de quem as toma para o Montijo.”

Por acreditar que esta era a melhor solução, não são para a região, mas para o país, Carlos Coutinho afirma ainda que “não deixaremos de colocar sempre que possível esta solução, não por uma questão obviamente de defesa do nosso município, mas por uma profunda convicção de que efectivamente a opção Campo de Tiro é aquela que melhor serve o país no seu todo, eu diria até mesmo internacionalmente, a possibilidade de termos uma infraestrutura de referência mundial, que hoje a Portela não é, nem nunca vai ser”, pois no entender do município e dos municípios da região, “do ponto de vista estrutural parecia-nos ser fundamental que assim acontecesse, vamos continuar neste caminho de obviamente podermos dar o nosso contributo e se por ventura, parece não acontecer, isso puder junto dos nossos governantes ajudar a que possam tomar uma decisão melhor que aquela que estão inclinados, ficaríamos todos muito satisfeitos, não só o município de Benavente, esta região, mas eu direi e com toda a honestidade e despido dos valores muito próprios que são também compreensíveis a nossa convicção, enquanto cidadão deste país, é que efectivamente esta era a solução que se impunha para a infraestrutura aeroportuária.”

Após terem conhecimento desta decisão governamental, os vereadores da oposição sugeriram que fosse endereçado um convite aos deputados da Assembleia da República e Grupos Parlamentares, para que viessem ao terreno observar as condições ali existentes, de modo a que pudessem influenciar a decisão governamental, sugestão que o Presidente da autarquia aceitou, “vamos fazê-lo, mas também quero dizê-lo que não somos hipócritas e obviamente que eu creio que os senhores deputados e os governantes, todos eles sabem ver uma planta e as plantas obviamente que de uma forma inequívoca apresentam a solução do Campo de Tiro como a solução sem problemas do ponto de vista, ou pelo menos não tão graves como aqueles que o Montijo apresenta.”

Para Carlos Coutinho, a instalação do aeroporto no Campo de Tiro, na freguesia de Samora Correia traria inúmeras vantagens, que enumera, “desde logo a defesa das pessoas, e neste corredor não há esse conflito, como depois também do ponto de vista da concentração de pessoas, também não existe e portanto a qualidade de vida, ambiental, aqui esta solução não tem esse envolvimento, enquanto que o Montijo continua a preservar Portela, quando estamos a falar de centenas de milhares de pessoas que diariamente são obrigada a estar sobre a influência tão negativa deste meio ambiente, não só do ponto de vista sonoro, como também do ponto de vista da qualidade do ar. Se estivermos a falar daquilo que é o limiar da capacidade do aeroporto da Portela e deste apêndice que é o Montijo, estaremos a falar seguramente de graves inconvenientes para aquela população”, sendo que “o Campo de Tiro não tem neste momento esse problema, tem alguns sobreiros que ser sacrificados para se fazer esta infraestrutura, mas os sobreiros plantam-se e passados 20-30 anos já cá estão… as pessoas é que essas não se podem salvaguardar…”, concluiu lamentando a decisão do Governo.

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