Coruche integra “Green Cork” e ajuda a recolher 300 milhões de rolhas de cortiça que vão reflorestar o concelho de Coruche

14 Fevereiro 2020, 23:07 Não Por João Dinis

O Município de Coruche e a associação ambiental Quercus, assinaram esta sexta-feira, um protocolo de integração do município no projecto “Green Cork”, que desde 2009 permitiu já a recolha de 376 toneladas de rolhas, equivalente a 71.304.312 rolhas.

Este projecto, que conta com duas parcerias de peso, além dos município e entidades públicas, o Grupo Amorim e o Continente, tem como principais objectivos a recolha das rolhas de cortiça, que depois são reutilizadas nos subprodutos da cortiça, cuja sua valorização reverte para a reflorestação de espécies de árvores autóctones, muitas vezes na reflorestação de áreas ardidas.

A Câmara Municipal de Coruche é para já a única autarquia do Vale do Sorraia que integra o projecto, no qual as escolas têm um papel fundamental, e sendo por isso premiadas com vales de compras para aquelas que mais rolhas recolhem ao longo do ano.

Tanto a Quercus como o Grupo Amorim, que se fizeram representar nesta cerimónia, foram unânimes em considerar que este projecto defende a rolha de cortiça das suas inimigas de plástico, pois demonstra também que quando se fala em reciclagem, podemos também falar de rolhas de cortiça.

Para implementar este projecto, a autarquia irá colocar pontos de recolha um pouco por todo o concelho, de modo a que também Coruche possa dar o seu contributo na valorização do produto ambiental.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche salienta que, “nós já fazíamos esta recolha, ou seja, não obstante de não termos assinado ainda este protocolo com a Quercus, neste projecto relacionado com a reciclagem das rolhas de cortiça, mas o que é facto é que nós já o fazíamos, já tínhamos recipientes no Mercado Municipal e em alguns espaços públicos para recolher as rolhas usas”, acrescentando que, “o que fizemos agora foi a formalização do projecto “Green Cork”, que prevê exactamente que os municípios ou as entidades públicas, possam disponibilizar áreas para recolher estas rolhas de cortiça, que depois são encaminhadas no âmbito de um outro projecto que a Quercus tem com o Grupo Amorim, para que essas rolhas sejam aproveitadas e introduzidas novamente naquilo que são as componentes da cortiça, ou seja, as rolhas não são reutilizáveis no sentido de vir a engarrafar ou fazer vedante para uma garrafa de vinho, mas são utilizadas em subprodutos da cortiça, como pavês, revestimentos ou outras, portanto esta valorização deste produto que era considerado um resíduo, e estamos a falar de quantidades enormes, em torno de 30 toneladas no ano de 2019, 32 toneladas em 2018, estamos a falar de quantidades enormes de rolhas de cortiça que foram recolhidas, elas depois são convertidas num retorno à floresta”, explicado que, “através de um outro projecto, Floresta Comum, este valor é convertido em árvores autóctones, como sobreiros, carvalhos, azinheiras, no sentido de os municípios e as entidades publicas poderem ir a esta “bolsa” e trazer árvores para fazer a reflorestação e a replantação e portanto eu diria que tendo em conta que no sobreiro e na floresta do montado de sobro e na actividade económica que ela representa ela está perfeitamente integrada naquilo que é a economia circular, ou seja, nada se perde tudo se transforma, tudo é aproveitado, até, como ouvimos a responsável do Grupo Amorim, até o pó da cortiça é aproveitado para valorização energética da sua actividade, representa sessenta porcento daquilo que são os consumos energéticos das empresas da Amorim Florestal.”

Espero que esta iniciativa venha a ser agarrada em termos de educação ambiental, ou seja, que as nossas escolas possam participar também nestas campanhas de recolha de rolhas, e desenvolver também concursos para perceber quem recolhe mais rolhas e criarmos também aqui alguma actividade com as nossas escolas e criar também prémios de incentivo à recolha das rolhas por forma a que nós possamos dar cumprimento àquilo que foi o protocolo que assinamos com a Quercus, que é uma associação que tem na sua génese estas preocupações da sustentabilidade ambiental relacionadas com o nosso planeta e em boa hora nós assinamos este protocolo”, conclui o autarca de Coruche, deixando assim um desafio às escolas do concelho para que possam competir na recolha de rolhas de cortiça.

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