Distrital do PS de Santarém reuniu e definiu regionalização e autárquicas 2021 como os desafios imediatos

14 Setembro 2020, 13:27 Não Por Redacção

A Distrital do Partido Socialista de Santarém reuniu este fim-de-semana em Ourém, onde definiu o tema de regionalização e as autárquicas 2021 como dois dos temas em que se centrarão num futuro próximo.

“A regionalização está no centro da estratégia do Partido Socialista do distrito de Santarém, que aprovou este sábado, por unanimidade, em Ourém, a moção global de orientação política “Proximidade e Confiança | Um PS para Tod@s””, referem os socialistas em comunicado.

O novo presidente da Federação, Hugo Costa, que substituiu António Gameiro, que liderou a estrutura nos últimos oito anos, assumiu que irá defender a regionalização como um combate necessário para o futuro e desenvolvimento da região.

Para o PS as fronteiras administrativas existentes são um entrave ao desenvolvimento e impedem que se enfrentem os desafios que se colocam, como sublinhou o director de campanha, Mário Balsa, que apresentou a moção, o documento que reflecte a visão da nova liderança e que tem como primeiro subscritor Hugo Costa.

Queremos construir entre o Ribatejo e o Oeste uma região. Uma região que nos autonomize da Área Metropolitana de Lisboa e onde tenhamos verdadeiro poder de decisão. Não faz sentido continuarmos com um modelo em que os concelhos votam onde não vão buscar fundos e não votam onde captam os seus financiamentos”, resumiu.

Em 2021 o grande desafio do PS serão as eleições autárquicas. “Trabalharemos para apresentar em cada concelho as melhores propostas e candidatos. Não existem derrotas antecipadas. As lutas difíceis assumem-se. E cá estarei para as travar”, prometeu Hugo Costa.

Em Ourém, onde decorreu o congresso e onde o PS é oposição, Hugo Costa manifestou-se esperançoso de que ourienses vão novamente confiar nos socialistas para liderar os destinos do concelho.

Também o presidente cessante da Federação, António Gameiro, presidente da concelhia do PS de Ourém, frisou a importância de reverter em 2021 o estado das coisas. “É o preciso que o PS reinvente uma proposta política e mostre que em Ourém há quem possa apresentar ideias para resolver os problemas do concelho”.

No único caso em que o PS exerce o poder executivo municipal, mas onde a Presidente não se pode candidatar – Alcanena – a concelhia já tomou a sua opção. “É com muito orgulho que anuncio publicamente, em articulação com a concelhia, a candidatura do nosso camarada Hugo Santarém. Uma opção que acredito que irá continuar a colocar o concelho onde merece, nos caminhos da excelência e do desenvolvimento. Aproveito para sublinhar o trabalho que a Fernanda Asseiceira realizou no concelho em nome dos socialistas”, frisou Hugo Costa.

A Federação tem a intenção de criar o Conselho Estratégico e um Gabinete de estudos com vista a potenciar a participação da sociedade civil. E porque as autárquicas se assumem como uma prioridade a Federação aposta na criação de uma coordenação autárquica e de um gabinete de freguesias para uma melhor articulação, uma melhor comunicação e um apoio mais robusto à acção.

Na sessão de encerramento do congresso, Ana Catarina Mendes, em representação da direcção nacional do Partido Socialista, desafiou o PS a voltar a ganhar nas próximas eleições autárquicas no distrito de Santarém. “Este é um distrito socialista, que muitas vitórias tem dado ao PS”, destacou.

A presidente da mesa do congresso, Maria do Céu Antunes, membro do Secretariado Nacional do PS, a exercer actualmente funções de Ministra da Agricultura, sublinhou o esforço que será necessário para que se apresentem “as melhores listas, os melhores candidatos de forma a conseguir assim os melhores resultados nas próximas eleições autárquicas”.

Da transição digital à luta contra a tragédia demográfica

A transição digital é uma prioridade da Federação que não quer deixar ninguém de fora. “As desigualdades sociais e territoriais ficaram ainda mais a descoberto durante o confinamento. Não aceitamos o perpetuar desses desequilíbrios”, garantiu.

A nível das infraestruturas a Federação quer assumir uma postura intransigente e reivindicativa sublinhando que “o Estado tem de dar o exemplo na recuperação económica”. Também por isso a Federação defenderá os compromissos presentes no Programa Nacional de Investimentos 2030.

Saúde, educação e ensino são outras áreas a que os socialistas irão dar especial atenção. Hugo Costa referiu-se ao decréscimo da população no distrito como um dos grandes desafios do futuro para a região. Para enfrentar aquilo que chama de “tragédia demográfica” confessa que não acredita em políticas imediatistas e milagrosas.

Só com emprego, habitação, transportes e acesso aos serviços públicos podemos inverter esta tendência. É o grande desafio transversal que temos pela frente. Contem comigo, conto connosco”, apelou.

“A voz do distrito de Santarém em Lisboa”

Não seremos a voz de Lisboa no distrito de Santarém. Seremos a voz do distrito de Santarém em Lisboa”, vincou o recém-eleito presidente da Federação.

Ser Presidente da Federação Distrital do PS Santarém é um enorme desafio, mas simultaneamente uma grande honra e um enorme privilégio. Todos os que me conhecem sabem que podem contar com empenho, trabalho, proximidade, seriedade nas propostas e, se me permitem, capacidade de sonhar, que é algo que só o espírito de militância confere”, afirmou Hugo Costa.

O presidente cessante da Federação, António Gameiro, garante que o distrito tem hoje um “um PS mais forte, mais democrático, mais plural e mais capaz”.

Durante o congresso agradeceu o apoio dos últimos anos, mas lembrou que é preciso continuar a trabalhar pela sociedade que Mário Soares sonhou: “livre e igual”. Exortou por isso os militantes a unirem-se em torno do desafio que se colocará com as próximas eleições autárquicas de forma a que o PS consiga “o maior número de freguesias e o maior número de concelhos”.

As prioridades das mulheres socialistas

As prioridades das Mulheres Socialistas do Distrito de Santarém também foram elencadas no congresso pela voz da presidente da estrutura, Mara Lagriminha, natural do concelho de Coruche.

Uma das mais importantes prende-se com o teletrabalho. “Temos de avaliar e repensar o modelo de trabalho que temos e as novas formas de trabalho que passaram a ser mais regulares. Esse modelo irá estar nas reflexões que a estrutura irá realizar”, anunciou a responsável.

A esta junta-se a prioridade da saúde mental. “Entendemos ser um dos temas do nosso tempo pelo que as Mulheres Socialistas e o PS o terão de ter na sua agenda”, enfatizou.


Fotografia: Direitos Reservados

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