Igreja da Misericórdia de Coruche classificada como Monumento de Interesse Público

26 Março 2020, 13:06 Não Por João Dinis

O Ministério da Cultura oficializou esta quinta-feira, 26 Março, a decisão tomada no passado dia 5, de classificar como Monumento de Interesse Público, a Igreja da Misericórdia de Coruche, propriedade de Santa Casa da Misericórdia de Coruche.

O monumento, que nos últimos meses tem recebido diversas obras de intervenção, sendo a última a do órgão de tubos que ali se encontra, foi assim classificada como monumento de interesse público, incluindo ainda a sacristia, a Casa do Despacho, o adro e o património móvel integrado.

A Igreja da Misericórdia de Coruche, fundada em 1580, constitui um exemplar típico dos templos erguidos pelas misericórdias em todo o País, com nave única e contínua com a capela-mor, retábulos triplos, simplicidade formal, Casa do Despacho e sacristia com entrada independente pelo adro, tribunas para mesários e hospício anexo”, refere o Ministério no despacho publicado em Diário da República, prosseguindo com a explanação, “o templo foi profundamente intervencionado na segunda metade do século XVIII, daqui resultando a reconstrução da fachada tardo-quinhentista e diversas alterações do interior, que conservou, em termos genéricos, a primitiva estrutura maneirista, mas cujo abobadamento e ornamentação pertencem já ao estilo rococó. Entre o acervo conservado incluem-se uma série de pinturas murais completadas por três pinturas sobre tela no paramento do altar-mor e pela bandeira da confraria, exibida no coro alto, onde se guarda ainda um magnífico órgão de tubos oitocentista assinado pelo organeiro António Xavier Machado Cerveira, filho de Manuel Machado, autor do órgão do Mosteiro dos Jerónimos, e irmão do escultor Joaquim Machado de Castro.

A classificação da Igreja da Misericórdia de Coruche, incluindo a sacristia, a Casa do Despacho, o adro e o património móvel integrado, reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho simbólico e religioso, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e urbanística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”, conclui o Ministério.

Recorde-se que esta candidatura havia sido submetida pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a 28 de Outubro de 2019.

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