Municípios exigem soluções à Ecolezíria sobre pena de alterar modelo de recolha de resíduos

16 Outubro 2020, 10:12 Não Por João Dinis

Os municípios integrantes da Ecolezíria, gerida pela RESIURB – Associação de Municípios para o Tratamento de Resíduos Sólidos, com especial relevância nos concelhos de Coruche e Almeirim, em que a empresa intermunicipal é a responsável pelos serviços de recolha, seja porta a porta ou nos contentores, e armazenamento dos lixos, modalidades de baixa e alta, vão exigir à empresa que apresente soluções imediatas para a resolução dos problemas, sobretudo na recolha em baixa, sobre pena de virem a alterar o modelo que se encontra em vigência.

O facto foi confirmado esta quarta-feira, 14 de Outubro, pelo Presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira, que em reunião de câmara foi confrontado pelos deputados municipais Liliana Pinto (PSD) e Valter Jerónimo (CDU) sobre a qualidade do serviço prestado pela Ecolezíria, e o avolumar de queixas dos munícipes, que diariamente, e sobretudo nas redes sociais, fazem chegar fotos e reclamações do mau serviço da recolha de resíduos no concelho de Coruche, a que acresce o valor pago na factura da água sobre este serviço.

A questão começou por ser abordada pela vereadora Liliana Pinto referindo-se à mais recente campanha da associação de consumidores DECO, “Lixo Não é Água”, em que estes consideram injusto o consumidor pagar a tarifa de resíduos de acordo com a água consumida, algo que o Presidente da autarquia também concorda, referindo que “faz sentido que se encontrem novas formas de se fazer a cobrança dos resíduos (recolha) sem que eles estejam indexados àquilo que é o consumo de água…”, algo que está já a ser ponderado e analisado para um futuro próximo, ainda que este saliente também a necessidade dos munícipes terem uma maior consciencialização sobre a forma como depositam os resíduos nos contentores, apelando também a uma maior separação dos lixos por parte de todos.

O vereador Valter Jerónimo anunciou que a bancada da CDU irá trazer à próxima reunião de câmara uma proposta de um modelo de gestão de resíduos que considerou “inovador”, algo que mereceu elogios por parte do Presidente da Câmara, que referiu que “tudo o que vier por bem é bem-vindo”, ressalvando no entanto que espera “que o modelo que traga não seja o modelo de um nosso vizinho a sul (concelho), pois ele está a ser muito contestado também, inclusive com moções de uma assembleia de freguesia com recomendações muito drásticas à Câmara Municipal…

Francisco Oliveira esclareceu ainda que os autarcas que presidem aos municípios da Ecolezíria têm feito diversas visitas a outras entidades gestoras de resíduos no país, de modo a encontrar soluções para o problema, reconhecendo ainda assim que “é óbvio que é preciso alterar alguma coisa, e eu sou o primeiro a ser humilde o suficiente para dizer que quando o caminho que nós traçamos não se mostra adequado ou favorável aos princípios que nós defendemos, então temos que escolher outros caminhos…”, anunciando que “vamos dar aquilo que será um prazo de “nojo” para que as coisas entrem nos eixos, porque se não entrarem teremos que escolher outros caminhos e encontrar soluções que possam ser mais favoráveis”, porque “o que não pode acontecer e defendendo o modelo, é obviamente nós percebermos que as coisas que têm uma incidência menos boa daquilo que nós gostaríamos e continuarmos a apostar nessa ideia…”

Ainda que a empresa e as autarquias tenham que cumprir todas as normas impostas pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), o autarca de Coruche refere que “é preciso que seja ajustado, que se veja o que se possa fazer, nessa área a nossa competência foi transferida a outra entidade, mas nós somos detentores dessa entidade, se as coisas não estão bem, os autarcas têm que tomar medidas… “, salientando que “já disse aos meus colegas (Presidentes de Câmara), o descontentamento que sinto, que as pessoas me passam, é o descontentamento que eu faço sentir a quem está à frente do processo e tem que encontrar soluções, porque a “coisa” complicou-se um bocadinho…”

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