Pandemia e mais eficácia permitiu reduzir em 47% o número de incêndios rurais

1 Outubro 2020, 12:03 Não Por Redacção

O Ministério da Administração Interna (MAI), fez esta quinta-feira, 1 de Outubro, um balanço do período crítico para incêndios rurais, em que esteve activo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), que registou uma forte descida no número de ocorrências, a que certamente a pandemia da Covid-19 não será alheia, uma vez que num longo período do tempo da altura mais crítica impossibilitou as pessoas de realizarem trabalhos e de poder aceder a espaços florestais.

De acordo com o MAI, comparando os dados de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, registaram-se menos 47% de incêndios rurais e menos 38% de área ardida, sendo que “esta é a primeira vez, desde 2009, em que se verificam três anos seguidos com redução destes indicadores relativos aos incêndios rurais.

Assim, e de acordo com o Relatório Provisório de Incêndios Rurais do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), este ano apresenta, até 30 de Setembro, o 2.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 5.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2010.

No total, registaram-se, até 30 de setembro, 8.968 incêndios rurais, quando a média entre 2010 e 2019 foi de 16. 873 incêndios.

A área ardida, no mesmo período, foi de 64.972 hectares, quando a média da última década se situou nos 104.109 hectares.

Desde 1 de Julho, estiveram empenhados no Nível IV do DECIR 11.825 operacionais, 2.749 equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos.

Até ao dia 15 de Outubro estará em vigor o Nível III, com 9.804 operacionais, 2.277 equipas, 2.154 veículos, mantendo-se os 60 meios aéreos. A Rede Nacional de Postos de Vigia manterá também os 230 postos ativos até 15 de outubro.

Recorde-se que, não obstante a definição dos vários níveis de empenhamento de meios ao longo do ano, a Diretiva que estabelece o DECIR prevê a flexibilidade operacional, podendo o dispositivo ser reforçado caso as condições meteorológicas o recomendem.

O impacto das alterações climáticas no fenómeno dos incêndios é, aliás, um dos aspetos que o Governo terá em conta na avaliação dos resultados de 2020. Assinala-se como positivo o facto de 86% dos incêndios terem uma área ardida inferior a 1 hectare. No entanto, este ano registaram-se 11 incêndios com área ardida superior a 1.000 hectares, o que leva à necessidade de reforçar a prioridade dada à reforma da floresta, à limpeza dos terrenos em redor das casas e das aldeias e à sensibilização das populações para a necessidade de evitarem comportamentos de risco como o uso da maquinaria ou a realização de queimas e queimadas em dias de risco de incêndio.

Embora nos últimos 3 anos não haja qualquer vítima mortal entre civis a lamentar, o Governo encara com preocupação os acontecimentos trágicos que levaram à morte de cinco bombeiros e de um piloto. Nesse sentido, será dada especial atenção às matérias relacionadas com a segurança dos operacionais que integram o dispositivo. 

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