Setenta dias de suspensão para bombeiros de Coruche apanhado a conduzir ambulância com 1,9 gr/l de álcool

2 Setembro 2020, 19:26 Não Por João Dinis

Setenta dias de suspensão em cúmulo de processos, foi a pena aplicada ao bombeiro do corpo dos Bombeiros Municipais de Coruche, que a 29 de Dezembro de 2019, foi apanhado pela Guarda Nacional Republicana a conduzir uma ambulância em marcha de urgência com uma taxa de álcool de 1,9 gramas por litro de sangue.

Esta pena agora aplicada acumula uma de 25 dias de suspensão, de que o bombeiro ainda estava a cumprir pena suspensa, igualmente por ter sido detectado com álcool em funções, a 3 de Outubro de 2019, pela empresa de higiene e segurança no trabalho que presta serviço ao Município de Coruche, sendo agora condenado a 45 dias de suspensão na conclusão deste processo, que foi aprovado pela maioria dos vereadores do executivo, com seis votos a favor e um contra.

O bombeiro, com 32 anos de idade, tem ainda a oportunidade de recorrer da pena aplicada pelo município de Coruche, sendo que este é o terceiro processo em que se encontra envolvido por comportamentos erróneos e desobediências durante o horário de trabalho, sendo que num deles o operacional conduzia mesmo veículos de socorro quando tinha a sua carta suspensa, em virtude de um outro processo civil.

Além deste processo, o bombeiro aguarda ainda a conclusão do processo criminal, que decorre no tribunal, em virtude de conduzir uma viatura com uma taxa de álcool considerada crime.

Final do processo abre inquérito para que se apure como bombeiro foi detectado

Durante a apreciação do processo disciplinar ao bombeiro da corporação de Coruche, os vereadores da oposição António Moreira e Valter Jerónimo (CDU) e Liliana Pinto (PSD), sugeriram que o Presidente da autarquia abrisse um processo de inquérito, uma vez que a forma como o bombeiro foi detectado na condução levanta também ele suspeitas.

De acordo com os vereadores, a forma como surgiram os alertas, que se viriam a revelar falsos, que fizeram com que o bombeiro em causa tivesse que sair a conduzir uma viatura de socorro, bem como a forma como a Guarda Nacional Republicana abordou a viatura levanta suspeitas, que deverão ser investigadas, podendo mesmo vir a dar origem a um processo criminal.

Outro dos comportamentos que merece ser investigado, é o das chefias do corpo de Bombeiros, que se encontravam ao serviço no dia da ocorrência, uma vez, que no entendimento dos vereadores, deveria ter resolvido a questão dentro do quartel, não permitindo a saída do operacional, colocando em risco a sua vida, bem como a do seu colega ou outras pessoas com que se cruzou durante o trajecto que efectuou.

Também o comportamento da Guarda Nacional Republicana mereceu comentários, com António Moreira, antigo comandante dos Bombeiros Municipais de Coruche, a referir que durante os 40 anos que comandou a corporação nunca uma viatura em marcha de socorro teve ordem de paragem numa operação stop.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche (PS), aceitou a sugestão dos vereadores da oposição, ordenando assim que se inicie um processo de inquérito, de modo a que se possam apurar eventuais responsabilidades na cadeia de comando e na forma de actuação da Guarda Nacional Republicana.  

________________

________________________